O clima esquentou na sessão desta terça-feira (17) na Câmara Municipal de Cuiabá. O vereador Jefferson Siqueira (PSD) fez uma grave acusação de censura institucional contra a Secretaria de Comunicação (Secom) da Casa, afirmando que a pasta estaria atuando para silenciar vereadores de oposição ao prefeito Abílio Brunini (PL).
Segundo Siqueira, o atual secretário de Comunicação, Luiz Gonzaga, estaria vetando publicações, filtrando conteúdos e impedindo a divulgação das ações parlamentares que não seguem a cartilha do Executivo.
“Está claro que existe uma subordinação direta do secretário à gestão do prefeito. Ele está blindando o Executivo e censurando tudo o que vem da oposição. Isso é covardia, ilegal e inadmissível”, disparou o vereador em plenário.
Câmara ou extensão da Prefeitura?
O parlamentar foi além: afirmou que a Secom está transformando o site institucional da Câmara em um canal de propaganda da Prefeitura, o que compromete a função fiscalizadora do Legislativo.
“Estamos virando um anexo da Prefeitura. O secretário não tem o direito de decidir quem aparece ou não. Ele não é censor. É servidor da Câmara, não da gestão do Abílio”, reforçou Jefferson.
Ele também criticou o uso de critérios políticos e subjetivos para aprovar ou barrar conteúdos dos vereadores, alegando que isso atinge diretamente a democracia e a liberdade de expressão dentro da Casa.
“Quem pede prova é o Judiciário. O papel da Comunicação é garantir voz igual a todos os parlamentares — oposição ou base. O que está acontecendo é um boicote institucional orquestrado”, afirmou.
🔎 CPI das Mídias Digitais pode estar a caminho
Diante do que chamou de “censura sistemática”, Jefferson Siqueira declarou que pretende conversar com a presidente da Câmara, vereadora Samantha Iris (UB), e defendeu publicamente a criação de uma CPI das Mídias Digitais para investigar a atuação da Secom.
“Não sou o único silenciado. Outros vereadores da oposição também estão sendo apagados. É hora de dar um basta e apurar isso com seriedade. A comunicação da Casa não pode servir a um lado só”, concluiu.
A denúncia de Jefferson promete movimentar os bastidores da Câmara nos próximos dias, acirrando ainda mais os embates entre base e oposição. Parlamentares já sinalizam apoio à abertura da CPI, que pode colocar a estrutura de comunicação da Câmara sob os holofotes.
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