Mulheres diversas da Grande Cuiabá são homenageadas por meio de suas histórias de vida, com vídeos em formato de crônicas narradas.
A terceira temporada do Projeto Mulheres de (Re)Existência será lançada no próximo dia 2 de abril, no Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, em Cuiabá.
O evento vai homenagear mulheres de diferentes áreas de atuação com vídeos produzidos em formato de crônicas narradas. A coletânea viva conta histórias que se entrelaçam com imagens e muitos sentimentos.
O Projeto Mulheres de (Re)Existência é uma iniciativa da poeta e escritora Dani Paula, que busca, por meio de uma poesia que vai além dos versos tradicionais, registrar o olhar e as histórias de mulheres em suas múltiplas dimensões. Esta edição da série foi produzida em Mato Grosso com apoio do Deputado Paulo Araújo, Instituto Brasil, Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT).
Uma Narrativa Viva e Multissensorial
Os vídeos, criações do cineasta Luiz Marchetti, registram experiências envolventes para o público; a direção executiva é de Clair Velozo. Os dez episódios têm narração da própria idealizadora do Projeto, Dani Paula, trilha sonora da cantora Estela Ceregatti e produção musical de John Stuart.
Ao reunir dez mulheres, o Projeto celebra a pluralidade das histórias e propõe uma viagem sensível e íntima pelo universo feminino. Cada personagem revisita relatos, vivências e reflexões que revelam trajetórias de resistência, transformação e (Re)Existência. A poesia, neste contexto, torna-se o instrumento que capta a essência das experiências e imprime nelas a marca da memória e da identidade.
Segundo Dani Paula, ouvir as memórias dessas mulheres foi uma celebração. “ Para mim, poder recontá-las através da minha poesia foi, sem dúvida, um dos maiores presentes que a vida me deu. Uma honra poder honrar essas vidas femininas que existem resistindo e nos ensinando”, afirma.
O olhar das personagens/A Força do (Re)Existir
As crônicas dão voz a sentimentos muitas vezes silenciados, enquanto as imagens complementam a narrativa, oferecendo um registro visual que intensifica a emoção e aproxima o público dessas realidades.
Para o cineasta Luiz Marchetti, o Projeto foi um grande encontro de dez mulheres. ”Mulheres faróis, referências que iluminam o coletivo e de todas as pessoas que têm o privilégio de chegar até elas. Cada encontro foi uma verdadeira aula”, resume ele.
Entre as dez personagens do Projeto, há mulheres brancas, negras e ribeirinhas. Pessoas públicas e anônimas: a esposa que se transformou em política; advogadas que viraram defensora dos direitos humanos; a professora revolucionária; a voluntária; a artesã rendeira; a benzedeira/bailarina, mestra da nossa cultura; a artista musical – rainha do rodeio, e a catadora de lixo que hoje é educadora ambiental.
Um Espaço de Diálogo e Reflexão
Mais que um registro, o Projeto Mulheres de (Re)Existência é um convite ao diálogo e à reflexão. Ele convida cada espectador a mergulhar nas narrativas, a sentir a intensidade dos olhares e a consciência de que cada história é um ponto de partida para novas formas de ver o mundo. Assim, o Projeto transforma a arte em ferramenta de empoderamento, mostrando que existir é, por si só, um ato revolucionário.
O Projeto Mulheres de (Re)Existência compõe um mosaico único de (Re)existência feminina.
Venha refletir com a gente.
SERVIÇO:
Lançamento: Projeto Mulheres de (Re)Existência
Data: 02/04/2025
Horário: 19h30
Local: Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros/ALMT – Cuiabá
Evento gratuito
PERFIL DAS HOMENAGEADAS:
ANA EMILIA IPONEMA SOTERO – Professora, Advogada e Assessora da Cemulher-MT. Referência de Direitos Humanos no Estado. Dedicada ao tema violência doméstica: a importância do acolhimento à vítima, é uma defensora da escuta e do atendimento humanizado às vítimas.
CELCITA ROSA PINHEIRO DA SILVA – Política brasileira. Foi deputada federal; casada com ex-senador Jonas Pinheiro. Esposa, mãe e como pessoa pública, defendeu centenas de mulheres a terem as suas casas próprias. Prática e resolutiva, delicada e sensível, apoiou a independência feminina.
MARIA APARECIDA DO NASCIMENTO
Conhecida como Cidinha. De catadora de lixo, se tornou educadora ambiental. A recicladora utiliza seu trabalho como instrumento social e ambiental. Transforma o que é jogado fora em renda, a ela e outras famílias. Sonha com um mundo mais limpo, de justiça.
DOMINGAS LEONOR DA SILVA – ou ‘Dona Domingas’, como é carinhosamente chamada por amigos e parentes. Sinônimo de resistência. Artesã, produtora cultural e dançarina brasileira. Guardiã da cultura mato-grossense, é fundadora do Grupo Flor Ribeirinha. Em seu quintal, constrói o próprio viver com sonhos e ambições e prepara o terreno para seus filhos e netos.
IDA FESTA AVALLONE – Dona Ida. A mulher que tem festa em seu sobrenome é dona também de uma gramática impecável e um vocabulário de amor. Revolucionária em atitudes, foi a primeira mulher a aprender a dirigir em sua cidade e usava calça, à época, onde todas se vestiam de saias. A professora é dona de biografia em livro.
JANAINA SANTANA DE OLIVEIRA – Mãe, esposa, presidente da Associação de Apoio aos Pacientes Oncológicos de Cuiabá. Habilidosa, desvia do sofrimento e cultiva o otimismo. Após driblar a morte, vive para servir. Janaina é sinônimo de generosidade e doação.
JILAINE MARIA DA SILVA BRITO – redeira, arteira de fios que embalam a gente. A mulher da roça virou artesã. As criações dela e de outras mulheres que fazem parte da Associação já ganharam o mundo. E essa ‘rede’ só aumenta com o ofício sendo passado para as filhas. De geração em geração, a missão vai sendo concretizada.
MARGARIDA XAVIER DA CRUZ – a Flor Morena. Tão bonita quanto o apelido. Margarida, a flor, serve de inspiração para românticos e poetas. Flor Morena é compositora e cantora mato-grossense. Mulher valente, defende a cultura mato-grossense. Rainha do rodeio, dona do rasqueado, embalando suas canções, honrando o linguajar cuiabano.
ROSANA LEITE ANTUNES DE BARROS -A servidora pública é defensora. Para além da pública, àquela que resguarda o íntimo da Justiça. Atua em defesa da mulher. Filha, esposa, mãe e profissional, Rosana também é escritora. Feminista não só na causa, é uma Senhora da Justiça.
SIRLEI TEREZINHA THEIS DE ALMEIDA- uma sobrevivente. Sirlei venceu um câncer na tireoide, a ausência inesperada de um pai, a separação precoce da mãe, a solidão em casas que não representavam seu lar, a violência doméstica… Sirlei hoje está terapeuta, escritora, palestrante e é idealizadora do projeto Supere-se.